Defensoria Pública discute o atendimento humanizado à mulher na saúde pública
Entre os desafios da saúde pública no Brasil, sem dúvida alguma a melhoria da qualidade dos serviços oferecidos está entre os mais evidentes. Enquanto, por um lado, as tecnologias trouxeram mais eficiência e técnicas modernas que refletem em tratamentos médicos mais eficazes, por outro, o país ainda passa por um processo de implementação do atendimento humanizado.
O assunto foi tema do Seminário “A humanização no atendimento à mulher”, promovido na Escola Superior da Defensoria Pública de MS nos dias 24 e 25 de dezembro.
Na abertura do evento, o subdefensor público-geral, Fábio Rogério Rombi da Silva, falou sobre a constante atuação da Defensoria Pública que, além de prestar assistência jurídica a mulheres vítimas de violência, também trabalha para a promoção dos direitos da mulher.
“A Defensoria Pública atua em várias frentes e uma delas é o atendimento à mulher vítima de violência. A compreensão dessa violência é a mais ampla possível, não necessariamente na violência doméstica, mas também em todas as situações em que a mulher acaba sendo vitimizada justamente por essa condição de mulher, onde tem uma desvantagem imposta indevidamente a ela. No âmbito da saúde, a mulher também é vítima da violência e ela precisa de um atendimento que seja diferenciado, que respeite a sua condição de ser humano. A nossa sociedade está evoluindo e eventos como esse aceleram esse processo de amadurecimento”, enfatizou.
A coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos da Mulher (NUDEM), defensora pública Edmeiry Broch Festi, pontuou que o objetivo do seminário é realizar mudanças na sociedade para garantir um atendimento humano às mulheres.
“Nós falamos sobre a violência contra a mulher, discutimos a questão de gêneros para tentar fazer mudanças culturais dentro da sociedade. A violência sofrida pela mulher tem várias facetas e, na área da saúde, a mulher também sofre violência. É só debatendo que nós ultrapassamos as barreiras.
Para a defensora pública e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher, Graziele Carra Dias Ocáriz, o Brasil tem uma cultura social na qual a mulher se vê presa a um ciclo de violência.
“Esta palestra visa humanizar a rede de atendimento à mulher em situações de violência, então, os temas abordados serão os direitos das mulheres. Nós vamos dar alguns conceitos da Lei Maria da Penha, vamos falar sobre o ciclo da violência e como é difícil para que a mulher rompa esse ciclo. Nós temos uma cultura social e estrutural que subjuga a mulher que não consegue sair desse ciclo de violência e são vários os fatores que levam a isso, como o medo, a dependência financeira ou emocional. Por isso é importante que exista uma rede que a ouça de maneira adequada, que entenda os problemas dessa mulher para ajudá-la a entender os seus direitos”, disse.
Também participaram do encontro a diretora de Assistência à Saúde da Caixa dos Servidores, Maria Auxiliadora Budib, que falou sobre a importância do parto humanizado, a diretora de Clientes da Cassems, Jucli Stefanello Peruzo, além de servidores da Cassems e a população.